Luciano
Roriz
Amigos leitores, vivemos num mundo cada
vez mais veloz, volátil e fugaz, de relações, nos orgulhamos de termos criado
máquinas que nos põem em tempo real e instantâneo com todos, visível e vencendo
toda distância global, mas isto sem se pensar que nos tornamos seres
cibernéticos e solitárias como se não tivéssemos a quem contar, a quem
compartilhar, a quem fazer feliz, sabendo inclusive que o amanhã poderá não
chegar.
Mas posta esta problemática que afeta as relações humanas
nos dias de hoje, pensemos em nós. Ora, se penso assim, mais fácil é igualmente
pensar no significado também de nossas vidas.
E então, um dia, pensando neste significado compreendi
que, ao contrário, minha história não é simplesmente minha, ela é o todo em
partes de um grande história descrita por Deus, um mosaico cujo brilho advém da
lembrança (antiga ou recente) de momentos bons e ruins, de pessoas boas ou por
aquelas em que não pude imprimir meu amor.
Especialmente no lugar onde vivemos, mesmo frente a vida
diária de correria, em que estamos imersos no cotidiano (re)vemos pessoas,
amigos, conhecidos, alunos, colegas de trabalho, ou até famílias inteiras cujas
trajetórias são parte das nossas vidas.
Isso tem a ver com um pequeno texto escrito nos idos de
2004, em trabalho na UEG de Inhumas intitulado: “Eu e o Outro – Reflexões sobre o Trabalho Docente”. Parece até uma
questão filosófica, mas é certo que nossas ações acabam por ter reflexo no
mundo e pessoas com quem convivemos, e a recíproca também é verdadeira.
Minha existência só tem sentido porque outros a fizeram:
meus pais. Na escola, temos nossos percalços, mas usamos de nossas inteligências,
e só podemos ser bem avaliados porque à frente, as mestras nos tem conduzido a
um bom saber. Até mesmo nossos filhos quando nascem, só o fazem pelas seguras
mãos de outros personagens neste contexto (a equipe médica).
Repare: vivemos sempre em equipe. Ao final se chega a uma
prática e exata conclusão: o eu só existe de fato como resultante da
relação que empreendemos com o outro, este é um processo que leva tempo.
Um governante ou líder só chega ao poder pela ação de seus partícipes e só
também governa pela adesão de uma base que lhe confira sustentabilidade.
Ninguém chega ao sucesso, a um objetivo (qualquer que seja) sem a presença,
ação ou contributo do outro em nossas vidas.
A exemplo disto, o ensino antes tão tradicional, hoje se
converte no binômio ensino-aprendizado, porque as teorias educacionais
perceberam que ninguém só ensina ou só aprende, há pois uma maravilhosa relação
de intimidade, quase indissociável entre
o professor que aprende ensinando tanto quanto o estudante que ensina
aprendendo.
Esse fato é tão concreto em nós seres humanos que, a priori, dentro de nossa própria existência
encontramos o mesmo sentido,a mesma resposta, o sentido da vida, esta vida em
grupo, equipe, em sociedade, em família. Esta vida que não tem um fim em si
somente, porque detém sua continuidade em quem? No outro,
e assim se faz o Ciclo da Vida, da natureza, do Cosmo, do universo
porque até para se chegar a nossa origem espiritual, ao Nosso Criador, não
vamos sozinhos, precisaremos de Jesus pois, segundo as Escrituras Sagradas, “Ninguém vai ao Pai senão por mim”.
E se lembre de que ninguém se faz por si ou é só, sempre
haverá o outro a contribuir para a construção de nossoser ou
estar no mundo, é por isso que o mundo e os outros tem reflexo em mim, tal como
sinaliza o título deste diálogo. Boa semana de trabalho !!!!