Matriz de Goianira imagem Google |
A Organização da Igreja em Goiás
Pelos dados colhidos de uma das principais fontes bibliográficas da história goiana conforme nos traz A. J. Costa Brandão em seu “almanach” provincial, Goiás em seu principio, pertenceu ao bispado do Rio de Janeiro, quanto à parte eclesiástica, pela bula do Papa Benedito XIV, de 06/12/1746, foi criada, Segundo Brandão a prelazia de Goiás, sendo a mesma a partir 15/06/1827 por outra lei papal, a de Leão XII, elevada a bispado.
Ademais, o que se aprecia após breve histórico sobre as condições da administração religiosa na província goiana, é a listagem cronológica dos prelados que nos espiritual teriam governado Goiás dos quais enumerados: D. Fr. Antônio de Guadalupe (bispo do Rio de Janeiro) no tempo da descoberta desta província, D. Fr. Antônio do Desterro, D. Joaquim Gonçalves de Azevedo (1868) e D. Cláudio José Gonçalves Ponce de Leão (1881), alem de D. Francisco de Azevedo (bispo de Meliapor) nomeado em 18/10/1818 e D. Antônio Rodrigues de Aguiar (bispo de Assoto) nomeado em 1810.
Assim, estava representada a divisão administrativa judicial e eclesiástica da referida província em 1886, tendo a mesma dezessete comarcas providas e não – providas com 26 municípios, onze cidades, dezessete vilas, cinqüenta e cinco paróquias assistidas canonicamente e quatro providas além da divisão distrital de eleitores: o 1° no sul e o 2° no norte.
Nesta configuração, das paróquias providas encontramos as de Nossa Senhora da Abadia de Curralinho, de cuja comarca de Rio das Pedras surgiu o arraial de Goiabeiras (que pela data 1886 merece investigação mais minuciosa) e a de Nossa Senhora da Conceição de Campinas, região da qual politicamente originou-se o distrito do Barro Preto. Desta forma estava a paróquia de Nossa Senhora de Abadia do Curralinho (hoje Itaberaí) então caracterizada pelo Prof. Itaney F. Campos (UFG): “Dista da capital 46 kilômetros, sendo arraial foi levado a freguezia de natureza collativa pela lei provincial de 05 de dezembro de 1840”.
Entretanto, como se observa nas descrições da memória campineira, estudo das origens desta localidade oferece versões até mesmo divergentes no tocante à data especifica de seu surgimento e povoação, porém esta questão em Brandão não defere das tentativas anteriores em marcas com referência inequívoca a correta época deste fato.
Desta forma é relatado o povoamento desta paróquia a partir de 1861 cujo lugar elevado e freguesia pela vigência da lei provincial de 10 de junho de 1844, período pelo qual está assentado o recorte temporal deste trabalho.
Outro dado verificado agora em Miguel A. N. dos Santos, demonstra o caráter leigo desta paróquia, não somente pela capela em si, mas pela maneira de assistência igualmente leiga até certo tempo que a esta se fazia este caso também pode ser igualmente observado nas informações sobre as condições das paróquias em termos de assistência, como é o caso da Paróquia de N. S. da Conceição de Campinas mostrada por Brandão em 1886: “Vigário – vago”.
A “Capella de São Geraldo” (1922-1930)
Sobre o patrimônio do centro histórico de Goianira, cujas construções revelam as primeiras páginas de um passado constituído em torno do antigo espaço do Largo da Matriz (hoje Praça da Igreja de São Geraldo), ainda se pode observar em alguns prédios comerciais e residências: o perfil de um estilo vida dos primeiros moradores além de seus estilos arquitetônicos que se destacam nestas edificações provavelmente influenciadas pela Art Decò igualmente existentes na arquitetura dos prédios e residências de Goiânia entre os anos 30 e 40 do século passado.
Todavia, ainda se pode observar, em alguns prédios comerciais e residências o perfil de vida de seus primeiros moradores e seus estilos arquitetônicos mais utilizados nestas edificações que por si revelam parte deste momento histórico dos anos e que hoje se perdeu na memória goianirense. Cabe a este artigo, fazer jus a seu resgate enquanto parte do patrimônio desta cidade que ainda tem, nas famílias e proprietários destes imóveis, o zelo de algumas construções passado por gerações para a conservação, do que ainda resiste à duras penas nos tempos atuais.
Destacam – se neste conjunto arquitetônico desde casebres em estilo rural até mesmo fachadas de prédios comerciais pelos quais circulavam a população local do povoado de São Geraldo em sua vida interiorana de uma pequena comunidade que ao entorno de Praça da antiga Capela (no Largo de São Geraldo) tem assistido às transformações de que testemunham o crescimento e desenvolvimento de Goianira que se dá principalmente entre suas fases como Distrito da nova Capital goiana (1935 – 1959) e seu processo emancipador (1959 – 1968).
Portanto, cabe às gerações atuais, a preservação do patrimônio desta cultura material, que ainda encontra neste reduzido número de prédios comerciais e residências mais antigas, sua maior representação da história local materializada em Goianira a qual encontrou, nas vertentes da religiosidade popular e vocação agrícola, os símbolos de seu surgimento.
Luciano S. Roriz
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