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terça-feira, 22 de maio de 2012

Reflexões sobre o Ato de Escrever

Imagem Google

                                                    Luciano Roriz
            Talvez o ato de escrever seja uno e seja tudo ao mesmo tempo, pois somente o seu ‘fazer’ consegue ser tão abrangente, sem deixar de ser íntimo e, portanto, um ato também solitário.
            A partir desta questão comecei então a pensar sobre o que há muito tempo já indicava a grande poetisa goiana Cora Coralina, de que ‘é preciso rever e escrever os autos do passado antes que o tempo passe tudo a limpo’.
Mas antes de tudo não deixei de perceber que o ‘aprender’ é um exercício de buscar respostas dentro de si mesmo mediando diversas reflexões. Este foi meu maior desafio e tenho certeza que seria vencido não fosse a legião de amigos e colaboradores que comungaram com o ideário de se construir uma obra sobre o antigo Povoado de São Geraldo de cuja herança histórica fez surgir este importante município que hoje compõe e região metropolitana de Goiânia.
            Então, durante a busca das informações de que precisava em cada arquivo, documento ou conversa com aqueles que me orientavam a uma segura procura pelos dados orais, os horizontes se alargavam como novas descobertas, na medida em que também as dúvidas e incertezas as quais permaneciam como fies companheiras.
            Mas, em detrimento a estas dificuldades: principalmente da pesquisa cartorial (sobre as décadas de 20 e 30) em Goiânia, adveio uma gama de dados com riquezas de detalhes de uma geração que vivenciou o porvir de um povoado que nascia sob a invocação redentorista de Padre Pelágio.
            Da pesquisa cartorial, vem os dados oficiais de um mosaico social que se formou dentro do núcleo populacional das famílias pioneiras (mineiros, paulistas, nordestinos, goianos, sírios e japoneses) os quais advindos de tantas outras paragens, assim como ocorreu com minha família, foram acolhidas e deram suas contribuições a esta terra e deram sequência a suas gerações testemunhando o desenvolvimento da poética ‘Cidade das Flores’.
            Todavia, ainda faltava a legitimidade dos poderes que neste processo histórico afluíram para dar uma face institucional ao recém-criado município (nos anos 50 e 60) quando são edificados os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de Goianira. 
            Este livro é a verdadeira celebração da parceria entre mim e vocês leitores, elo de confiança firmada a cada artigo como espaço construído para se (re)ver e repensar o sentido  da ação humana neste mundo tão caótico na atualidade.
            Aos padres redentoristas de Goiânia e Trindade, ao Diretor do Instituto de Pesquisas e Estudos Históricos do Brasil Central (IPEHBC/PUC) Antônio César Caldas Pinheiro (também Ex-presidente da Academia Itaberina de Letras, arquivista e historiador, que hoje se dedica ao doutorado na Universidade de Salamanca/Espanha) agradeço-te pela amizade e pelo texto de apresentação deste meu primeiro volume, à escritora, poetiza Umbelina Frota Linhares Bastos (Pres. da Academia de Artes, Ciências e Letras de Inhumas - ALCAI) por compartilhar meus sonhos de publicar, como dizes ‘volume de tal envergadura’ a qual fez com carinho o prefácio, em que ensejo a oportunidade de pertencer a esta honrada academia, ao artista Nonatto, o 1º que viu em mim alguma habilidade para as artes plásticas (ainda nos anos 80 na querida Goiabeiras) cujo talento acabei por converter ao ofício das letras que igualmente amo, à Diretora Simone Cintra por permitir a divulgação deste trabalho (em 2010) com as turmas do ensino fundamental através da ação pedagógica da Profª Magda Teixeira do Vale cujo tema fora escolhido pela Escola Municipal Melchior Braga Costa para representação na V Mostra Pedagógica deste município.
            O mesmo agradecimento estendo às famílias que me receberam em suas casas para as ocasiões da entrevistas, oferecendo um prosa tão rica e humana que deu o traço da tradição oral desta gente pra o avivamento da memória social, vindo de seus relatos e relembranças de um saudoso “...tempo que não volta mais” ! Ás colegas (SME) Miriam de Paula e Dina (ex-chefe do Depto. de Cultura) e Célia (Chefe do Depto. de Transportes) meu agradecimento por garantir que todos pudéssemos vivenciar este lançamento podendo ainda contar com tantas pessoas de amizade gratuita e que se importam com a cultura como valor local.
            E principalmente, ao Exmo Prefeito Sr. Carlos Alberto Andrade Oliveira e Profª Eliete Gonçalves da Silva Lopes (Secretária Mun. de Educação, Cultura Desporto e Lazer), por acreditarem efetivamente na idéia central deste projeto, financiando integralmente o trabalhoso ofício da pesquisa por um ano e meio: meu muito obrigado.
            Finalmente, só terei um problema pela frente: a tarefa de narrar a continuidade desta bela trajetória de Goianira, cuja ação deixo nas mãos de Deus esta feliz oportunidade.

“A realização do autor não consiste em vendas expressivas, mas no seu papel social: contribuir para a construção de vidas, quando por meio da escrita reconhece o leitor suas raízes nesta história” . 

 * Texto publicado para a noite de lançamento da obra “Povoado de São Geraldo – história e religiosidade popular de Goianira (1910-1969)” de autoria de Luciano Roriz. Centro de Cultura e Convenção ‘Durval de Assis Pereira’. Goianira, 01/11/2011.
           


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