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sábado, 5 de maio de 2012

História de Goianira

Google imagem 2010
A história de Goianira em seus 88 anos é composta de diversos elementos que a conferem um sentido muito especial: resulta do processo histórico constituído pela religiosidade popular de seu povo e as principais fontes disponíveis são: as fotografias, a tradição oral e muitos documentos oficiais (cartoriais, legislativos e de arquivos paroquiais) embora pouca bibliografia seja encontrada.
Porém, é nos arquivos eclesiais da secretaria do atual Santuário – Matriz de Campinas (Goiânia-GO) é que se encontra boa parte do registro paroquial referente às famílias que viviam nesta região onde se fundou o antigo Povoado de São Geraldo (1922-1935).
É perante a atividade redentorista das desobrigas nas roças que se deram os primeiros contatos dos missionários católicos para o cumprimento do projeto diocesano de cristianizar a população ainda desassistidas pelos sacramentos nos sertões goianos. Padre Pelágio Saúter, C.Ss.R., foi o pároco mais popular neste ofício juntamente com seus confrades, pois nas santas missões ou giros pelas fazendas, se administravam batismo, confissões, sermões, matrimônios e comunhões.
Ainda em 1910 as primeiras fazendas visitadas em giro paroquial (na atual região de Goianira) foram: Guerreiros, São Domingos e Boa Vista. Foi à primeira incursão de Pe. Pelágio pelo interior de Goiás. Deste fecundo contato aflui importante amizade para com os fazendeiros (Philadelphio Peres, João Gonçalves, João de Assis pereira José Antônio Gabriel, Joaquim Bento da Costa) destas e outras propriedades, principalmente no aconselhamento a que regularizasse a posse de suas terras. Assim, em contrapartida e como profissões de fé, decidiram doar glebas de terras para a formação do Patrimônio de São Geraldo Magela de cuja constituição origina-se o frutuoso Povoado do que, por conseguinte, conhecer-se a por Distrito de São Geraldo agregado ao município de Goiânia pelo decreto estadual Nº 327 de 02/08/1935), até o ano de 1959 quando se torna emancipado e autônomo o município de Goianira (por lei estadual de nº 2.363 de 09/12/1958) a partir de 04 de janeiro daquele ano.
Quanto às suas denominações anteriores, a designação oficial de Goianira conduz à compreensão da comarca e município em que era pertencente conforme se tem em dados de arquivo cartorial (03/08/1935): “Povoação e Distrito de São Geraldo, Termos de Capinas da Comarca de Bella Vista, Estado de Goiás”. Já em registros do mesmo ano ( 23/11/1935) há outra modificação em que Goianira assim é descrita e reconhecida por: “Distrito de São Geraldo Distrito de Goyania Capital de Goyaz.
Novamente observa-se outra denominação sendo a atual Goianira considerada em 07/03/1944: “Vila de Itaim, termo e comarca de Goiânia, Estado de Goiás”. “O nome Vila de São Geraldo só é visto em documentos cartoriais até 31/12/43”. Todavia, a denominação Itaitê, mesmo não constada em registros oficiais, nos anos 40, não comprova de tudo sua inexistência, hipoteticamente por ser uma designação de domínio popular que hoje só se encontra no campo da tradição oral das famílias pioneiras.
Retomando o contexto da religiosidade popular, a Capela dedicada a São Geraldo é resultado do patrimônio dado pela invocação a este santo e registradas no Livro de Provisões Diocesanos do Bispado de Goiás em 10 e maio de 1922 no lugar denominado Boa Vista (hoje fazenda).
É, portanto anos relatos das crônicas redentoristas de Campinas que data de 06/05/1945 a construção do que seria para os padres campineiros a nova capela de São Geraldo (que para a comunidade local já considerava ser, por suas dimensões arquitetônicas, a Igreja de São Geraldo) hoje Matriz desde 1974 quando a mesma detém sua autonomia eclesiástica sob administração dos Cônegos Regulares da Imaculada Conceição (CRIC). Porém, a (re) construção da igreja de São Geraldo contou com a grande adesão popular e demorada empreita, pois, a maioria dos festejos religiosos eram realizados para angariar os poucos recursos que se conseguiam para este fim até sua edificação final em 1949.
Do ponto de vista político administrativo, embora Goianira tenha se desmembrado de Goiânia a partir de 04/01/1959, a assistência à capital e seu antigo distrito se fez até 1961. Por este fato, pode-se considerar que o processo de emancipação de Goianira finaliza-se em 1968 quando por decreto estadual se reconhece a existência e condição legal deste município pela lei de nº7. 114 de 29/09/1968 pela qual são definidos seus limites intermunicipais e seu respectivo distrito anexo Santo Antônio, hoje também município independente.
Na bandeira de Goianira, as armas municipais remetem aos símbolos representativos das atividades agropecuários e viveirista – origem da vocação econômica deste povoado, criada em brasão no ano de 1966 por Dona Wandair Costa, Antônio Luiz de Moraes e Gerson Bento da Costa, quando de sua primeira Gestão como prefeito (1966-1970).
Contudo, esta octogenária cidade tem constituído esta mosaico social, econômico, político e cultural que hoje tem no seu maior desafio conjugar sua memória histórica com os progressos do XXI.
Bibliografia:
RORIZ, Luciano. Povoado de São Geraldo – história e religiosidade popular de Goianira. (1910-1969). V.1. Aparecida de Goiânia: Formato. 2010.

Um comentário:

  1. Está é a minha cidade, não nasci aqui, mas é onde eu me sinto feliz, sei que será aqui que me projetararei como escritora. Parabéns Goianira por ser tão hospitaleira.

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